Doação de órgãos: quando o amor é mais amor – Iate Clube Jardim Guanabara

Doação de órgãos: quando o amor é mais amor

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A vida, sem sombra de dúvida, é o bem mais precioso que temos. Podemos ter nossas queixas, reclamações, insatisfações eventuais… mas a verdade é que somos loucos por ela.

Quando algum de nós é buscado para residir num plano infinitamente superior, é claro que a família e os amigos sofrem.  Se a causa do falecimento é a velhice, fica bem mais fácil confortarmos os familiares do que quando o óbito deriva de algo inesperado, um acidente ou uma doença repentina. Nesses casos, o impacto e o sofrimento são bem maiores. Mas, a única coisa nesse mundo de que se pode ter certeza – além da existência de Deus, claro – é que a morte chegará para todos nós, sem exceção.

De qualquer forma, todos nós, em maior ou menor escala, procuramos prolongar o mais possível nossa passagem pela Terra. Procurando ter uma vida saudável, fazendo exercícios, visitando o médico regularmente, não nos expondo a riscos desnecessários, fugindo do estresse, etc. Isso, sem dúvida, ajuda, mas não isenta ninguém da possibilidade de enfrentar o desafio de morrer.

Algumas pessoas, entretanto, em dado momento da vida, recebem uma sinalização de que sua vida será encurtada, em consequência do agravamento de uma doença adquirida. A reação natural dessas pessoas, logicamente, é reagir a isso, enfrentar o problema e procurar vencê-lo. Algumas vezes isso é possível, mas outras vezes a missão se torna quase impossível. Querem um exemplo? Uma sentença condenatória se estabelece quando um dos órgãos do nosso corpo dá sinais de fadiga, de prazo de validade vencido, para usar uma linguagem mais popular. O que fazer, então? Antigamente, quase nada se podia fazer, apenas rezar… Mas, já há algumas décadas, graças ao grande avanço da ciência, tornou-se possível se realizar, de uma pessoa para outra, o transplante de diversos órgãos.

Esse desenvolvimento da medicina equivale a uma boia salvadora para pessoas que, aparentemente, estavam condenadas a morrer brevemente. Entretanto, para que os diversos tipos de transplante possam ser realizados, há alguns protocolos. Em se tratando de doadores vivos, qualquer pessoa saudável, que concorde com a doação, poderá fazê-lo. O doador vivo pode ceder um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea a parte do pulmão.

Já o doador falecido (geralmente pacientes em UTI, com morte encefálica, na maior parte das vezes vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral), segundo a ABTO – Associação Brasileira de Transplante de Órgãos-, pode doar o coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.

Mas… como fazer para ser doador? Muito simples: não é necessário deixar nada por escrito, tirar carteirinha, ir ao cartório… nada disso! Basta que a pessoa comunique à sua família que deseja ser um doador de órgãos. A doação de órgãos só acontece após a autorização familiar. Muito mais simples do que muita gente imagina, não é? E então? Imaginem uma pessoa alegre, produtiva, inserida positivamente no seio da sociedade, perfeitamente integrada à sua família… e que, por um desses desígnios da vida, esteja precisando desesperadamente de uma doação de órgão para que possa continuar vivendo – ou para que possa voltar a enxergar. Essa pessoa, inclusive, pode ser um bebê, um jovem, com toda a vida pela frente. Não é terrível lhe negarmos a chance de poder continuar no mundo dos vivos?

Dados da ABTO registram que, somente em 2015, faleceram, apenas no Brasil, 2.333 pessoas (entre essas, 64 crianças) inscritas na fila de um transplante… que não chegou nunca.

Podemos mudar esse quadro, em nome da generosidade e altruísmo do povo brasileiro. Mas não basta falar, temos que agir. Portanto, a título de incentivo a outras pessoas, sugiro que, como seres sensíveis, façamos uma corrente de solidariedade e espalhemos essa ideia. Eu, de minha parte, declaro publicamente que aceito ser um doador de órgãos. Alguém já disse que, quando se faz o bem a uma outra pessoa, sem nenhum tipo de interesse, estamos fazendo um bem maior ainda a nós mesmos. Nós somos capazes, nós somos sensíveis, nós somos solidários. Nós somos doadores.