No Brasil, o dia 12 de junho – véspera do dia de Santo Antônio, considerado o santo casamenteiro – é consagrado ao Dia dos Namorados. Essa convenção também existe no resto do mundo, só que em outra data: nos Estados Unidos e países da Europa, o Valentine’s Day, em 14 de fevereiro, é que é a data em que se comemora o Dia dos Namorados.
Na minha concepção, não importa o dia que foi escolhido para simbolizar a união entre um homem e uma mulher apaixonados, até porque o amor deve ser sentido e praticado todos os dias do ano. Mas penso também que é importante que exista uma data certa para simbolizar esse sentimento maravilhoso, de entrega mútua, de dedicação, de desejo, de fidelidade… ou seja: de amor mesmo.
Algumas pessoas criticam essa comemoração, dizendo que é apenas para favorecer o comércio, pois induz a compra de presentes. Usam o mesmo argumento em relação ao Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal, etc. Ora, é claro que o comércio também se beneficia da instituição dessas datas, mas isso não é o objetivo principal. E, ao mesmo tempo, o comércio é uma das molas indutoras do crescimento econômico de uma nação, um dos segmentos que mais emprega mão-de-obra no país, inclusive sem muita especialização. O principal, o núcleo dessa celebração, não são os presentes, mas sim a demonstração de amor, de carinho, de parte a parte. Se isso puder ser transmitido também através da entrega de um presente, como símbolo desse entendimento, melhor ainda.
Acho importante que todos percebam que o namoro é o início da constituição de uma família. Muitas vezes, de situações inesperadas, nasce um relacionamento afetivo, amoroso. Muitos casais conheceram-se na escola, no trabalho, até mesmo como vizinhos… Outros passaram a se relacionar por meio de acontecimentos imprevistos, como um esbarrão na calçada, uma linha cruzada, compartilhando um mesmo vôo, até mesmo em consequência de uma batida de trânsito. O amor não conhece barreiras, essa é uma de suas maravilhosas mágicas.
É fundamental que as pessoas tenham consciência de que nada na vida tem unanimidade, nossos destinos não caminham como um relógio, pois os pensamentos são diferentes, os modos de viver também. Nada disso deve obstaculizar esse sentimento tão nobre, como o amor. Desavenças casuais e até mesmo brigas mais fortes não devem ser supervalorizadas, até mesmo porque as reconciliações também carregam um sabor muito especial. De qualquer forma, quando um relacionamento amoroso – seja de namorados ou de casados – não puder mesmo prosseguir, o fundamental é que se mantenha a amizade e o respeito.
Eu já me casei três vezes e me dou muito bem com as duas ex-esposas, Vânia, mãe de meus filhos Marcus, Rickson e Andriws, e Mônica, mãe dos meus filhos Rogger, Rorion e Rennan. Com minha atual esposa, Viviane, mãe de meu filho Cauã, mantemos uma vida de muito amor, carinho, respeito e cumplicidade. Mantenho também um bom relacionamento com as mães de outros dois filhos, que não foram gerados por meio de casamentos, a minha filha Roberta, de 21 anos, formada em Relações Internacionais e que hoje vive na Ásia, realizada profissionalmente, e a minha caçula das mulheres, a Raica, de nove anos, aluna da Escola Cambaúba, e que todo dia vem brincar com seu irmãozinho Cauã, de cinco. O que muito me faz feliz e orgulha é que todos meus nove filhos se dão muito bem, se amam como se fossem todos filhos de uma mesma mãe.
Estou dando um depoimento pessoal, falando de minha própria vida, me citando como um exemplo, porque acredito firmemente no amor, creio que a formação de uma família saudável e feliz tem início lá atrás, num simples namoro. Os avós, os pais, os filhos. Os primeiros e segundos já namoraram, constituíram família… e certamente devem continuar namorando; os filhos, dependendo das idades, também já começaram a flertar ou namorar, no devido tempo.
O que posso desejar a todos, simples namorados, noivos ou casais, “juntados de fé” ou formalmente unidos pelos sagrados laços do matrimônio, é um excelente Dia dos Namorados.
Que a paz, a misericórdia, a tolerância, a compreensão, a tranquilidade, o companheirismo estejam sempre em seus corações e mentes. Citei o companheirismo, mas quero destacar mais ainda a sua indispensabilidade. Os amados amantes têm que ter bastante essa qualidade, pois ela revigora e robustece qualquer relacionamento amoroso. Que todos se respeitem, que tenham em mente que as pessoas não pensam todas do mesmo modo e que devemos nos completar umas às outras. Um feliz Dia dos Namorados.